Chegou a hora de os socialistas ameaçarem o demo. Mas belzebu parece nunca escutar as preces vocativas dos lusos e continua arredado das nossa terras
Quando Passos Coelho deixou o Governo e o entregou nas mãos da ‘geringonça’ vaticinou a chegada do diabo. Na altura era sua preocupação o custo das medidas anunciadas por António Costa que, basicamente, repunham Portugal em 2016 ao nível do que estava em 2011. A angústia assentava na aparente impossibilidade de se repor o que havia no passado sem desequilibrar as contas públicas. Esse foi também, confesso, o meu receio. Os economistas entregam-se excessivamente ao contexto ceteris paribus, isto é, assumem que se alteram algumas variáveis, mas assumimos “tudo o resto constante”. Para os que vão para lá do ceteris paribus porque já sabem que nada fica constante, há duas possibilidades: a dos que são fortemente condicionados pelo princípio da prudência, o que faz supor que a haver alterações nas variáveis elas vão ser em nosso desfavor, e os “irritantes otimistas” que acreditam que a sorte os protegerá como aos audazes... Confesso que, como contabilista certificado e como membro de órgãos sociais de instituições bancárias, tenho uma costela francamente pessimista na gestão das organizações, usando com frequência a primeira lei de Murphy: se alguma coisa pode correr mal, correrá.
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: clubeexpresso@expresso.impresa.pt