Resta saber se o Chega, feito de ruído, consegue sobreviver ao que mais teme: a maturidade
O Chega, em apenas seis anos, cresceu como ninguém e deixou o sistema partidário como nunca. Há duas maneiras de agregar eleitorado: por contestação ou por projecto. O Chega está nessa encruzilhada: continuar a ser protesto ou tornar-se proposta. Como partido que nasceu da fúria — contra políticos, juízes, ciganos, corruptos, imigrantes —, sempre viveu melhor na denúncia do que na definição. Mas o crescimento eleitoral tem um preço: é forçado, agora ou dentro em breve, a escolher entre o populismo estatista e revolucionário de Bannon (a sua génese) e o conservadorismo disciplinado e reformador de Pence e Feulner (o seu futuro?). Porquê Pence e Feulner? Porque ambos escreveram um artigo essencial na edição deste Verão da “National Affairs”, com o título ‘Rediscovering Order in an Age of Populism’, que é de leitura obrigatória para os conservadores.
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