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Opinião

Dia de Portugal

Dia de Portugal

Henrique Monteiro

Ex-Diretor; Colaborador

Na minha infância e juventude, este era o dia de Portugal, da raça e de Camões. A raça, no sentido de uma especificidade portuguesa ou lusitana, já se sabe, não existe, nem jamais existiu; Camões, felizmente, continua a ser lido e estudado, e a levantar mais perguntas do que respostas. Quanto a Portugal… bem, aqui a conversa é mais séria

Continuamos a dizer ‘seleção das quinas’ ou ‘seleção lusa’, ou outras coisas anacrónicas, mas apenas no futebol (e domingo passado, com mais um feito valoroso, as expressões foram comuns). Mas, é claro para todos – julgo eu – que a farsa de sermos descendentes de um povo lusitano (melhor diríamos de uma tribo), é tão falsa que é escusado determo-nos sobre o assunto. Aliás, é curioso que o regime que nos impingia essa lusitanidade, essa raça valente e imbatível, era o mesmo que nos assegurava que o nosso país ia “do Minho a Timor”. Nas escolas, compassava-se o canto coral ou os sábados da ‘bufa’, nome profano da Mocidade Portuguesa (de pertença obrigatória, claro), com canções como esta: “A Oeste da Europa /Mesmo junto ao Oceano / Fica o nosso Portugal /Lindo torrão lusitano”; e mais adiante, na mesma canção martelada nas cabeças, referia-se que este ‘torrão’ era ‘o mais valente na guerra /a descobrir, o primeiro'

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