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Opinião

As repúblicas também acabam por omissão

É normal que seja prometido o fim de uma república na própria AR e que ninguém, a começar pelo seu próprio presidente, franza sequer o sobrolho?

Esta semana ouvi no Parlamento o líder da extrema-direita garantir a sua convicção de que esta seria a última legislatura da “III República”, como lhe chamou. A meu ver incorretamente, uma vez que o regime iniciado pela ditadura militar de 1926 decidiu chamar-se a si mesmo Estado Novo, o que faz da nossa democracia a II República. Mas esse equívoco não é inocente: se a ideia da extrema-direita é convencer as pessoas de que o regime mais livre, seguro, igualitário e emancipatório que já tivemos se resume ao mote de “50 anos de corrupção” (ao contrário do regime anterior, que foi, sim, profundamente corrupto do início ao fim), a impressão que o seu líder deseja deixar é a de que, no fundo, mais república menos república, todos os regimes são iguais e se equivalem.

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