Trump pode fazer mais pela ciência e competitividade europeias do que o relatório Draghi. É saber aproveitar
Wolfang Münchau não tem grandes dúvidas das causas do declínio económico alemão. No seu livro “Kaput” identifica várias: visão mercantilista do comércio, dependência da Rússia, atraso na digitalização e fuga de cérebros nos anos do nazismo. Esta última ainda hoje faz sofrer a Alemanha. Apesar de ser um caso extremo, devia servir de exemplo a Trump, que muito fala em tornar a América grande e tudo faz para a fragilizar. Na diplomacia, na economia, na segurança. Concentremo-nos no ataque às universidades e à ciência. Cortes brutais nos financiamentos, pressão sobre as instituições, desqualificados em lugares de decisão e promoção da pseudociência. O caso mais recente foi a demissão de Peter Marks, diretor do Centro de Investigação e Avaliação Biológica da Food and Drugs Administration. Marks saiu porque “a verdade e a transparência não são desejadas” pelo secretário da Saúde, Robert F. Kennedy Jr., conhecido adepto de teorias da conspiração e negacionista das vacinas.
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: JSilvestre@expresso.impresa.pt