O rácio de estrangeiros detidos por 100 mil imigrantes é quase um terço de 2009. Os reclusos do subcontinente indiano são tão poucos que estão nos “restantes países”, onde só há 125. Qualquer pessoa que faça o exercício de memória feito pelo diretor da PJ confirma o que os números dizem: estamos mais seguros. Quem enfia a cabeça na areia? Os que cedem a um ambiente de medo criado para fins políticos ou os que vão tentando manter razoabilidade e perspetiva?
Numa corajosa intervenção, nos 160 anos do “Diário de Notícias”, o diretor da Polícia Judiciária reagiu ao que chamou “fake news”, "desinformação", "manipulação" e "ameaças híbridas" que alimentam as tão badaladas perceções de insegurança, em que cada crime é agigantado por canais de televisão que sabem que isso dá audiências e aproveitado por partidos que sabem que isso dá votos. E como um crescimento de insegurança que os números desmentem é usado para atacar os imigrantes. Porque o medo não cumpre os seus objetivos políticos se não tiver um bode expiatório identificável e, de preferência, que se distinga facilmente de nós.
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