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Opinião

Os ajustes de contas de Dalila

Contas para ajustar é a única coisa que Dalila parece ter. O critério das exonerações é a adequação a um “novo ciclo”, que, não se sabendo qual é, se resume à adequação à sua pessoa. Tenta disfarçar o desnorte com uma capa de justiceira que lhe cai mal. Falta-lhe autoridade

School for Little Witches” é uma confessada vingança contra uma professora que aterrorizou Paula Rego: “Eu projeto pessoas feias como personagens ­feias, bullies e bruxas. Uso-as em cenários e tiro prazer da sua queda.” É de 2009, ano da abertura da Casa das Histórias com o seu nome. Um processo atribulado, em que a diretora, que presidiu à comissão instaladora, nem chegou a ser nomeada para o lugar definitivo por oposição da pintora, que até a tinha escolhido. A ninguém passou despercebida a semelhança de uma das figuras do quadro com Dalila Rodrigues. Terá sido a vingança de Paula Rego depois de uma convivência traumática. Dois anos antes, a atual ministra já fora afastada do Museu Nacional de Arte Antiga (MNAA). Diga-se, em abono da justiça, que, nesse caso, os argumentos usados contra Dalila foram semelhantes aos que ela própria usa na limpeza que agora leva a cabo: afasta-se quem não siga cegamente a tutela. No caso, discordava da distribuição de recursos pelos museus, que desincentivava o autofinanciamento. Curiosamente, foi Pedro Adão e Silva quem, 15 anos depois, mudou as regras, dando-lhe razão.

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