O Governo, pensado para preparar eleições e com a validade do leite do dia, chegou depressa ao estado de desgraça. O PS acredita que só tem de esperar sentado pela sua vez. Mas nem o líder é indicado para a abstenção violenta nem a política portuguesa é como antes. Há concorrência
Pedro Nuno Santos anunciou que viabilizará não apenas o Orçamento (OE), mas o exato ponto percentual de descida do IRC que impossibilitou o acordo com o Governo. Para não cair em mais esta armadilha só tinha de repetir o que disse quando anunciou a viabilização do OE: que não concordava com a descida do IRC e por isso não havia acordo global e que viabilizaria o OE para não haver crise política. Por isso votava contra qualquer descida cega do IRC que já recusara e viabilizava o OE pela razão que já enunciara. Simples, sem mais cambalhotas. Antes, ia viabilizar o OE apesar da descida do IRC. Agora, vai viabilizar o OE e a descida do IRC. Para a cedência, bastou que o PSD ameaçasse com o regresso da descida de dois pontos percentuais, usando o Chega como aliado. Se não tivesse cedido à chantagem, o PS deixaria a AD abraçada ao Chega no IRC e Montenegro a abrir a caixa de Pandora do desequilíbrio das contas, obrigando-o à escolha desconfortável entre a descida de dois pontos do IRC e o aumento das pensões.
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