Trump e a política que Fed

Judy Shelton é um nome a seguir agora que Donald Trump vai regressar à Casa Branca. Foi escolhida pelo ex-Presidente para o board da Reserva Federal (Fed) em 2019 e acabou chumbada no Senado por causa das suas ideias radicais. Houve até uma carta assinada por 130 economistas (entre os quais sete Nobel). São propostas voláteis, inconsistentes, que violam a mais elementar teoria económica, mas que vão fazendo caminho em algumas franjas do espectro político. Shelton é apologista do regresso ao padrão-ouro, mas questiona a necessidade de um banco central, que considera uma forma de planificação económica ao estilo soviético. Propõe uma meta de inflação de 0%, sem nexo mas bem mais rigorosa do que os 2% atuais, ao mesmo tempo que critica a Fed por ser demasiado ortodoxa nas taxas de juro. E quer que seja o poder executivo a determinar a política monetária. Agora que Trump está de volta, com poderes reforçados no Congresso, Shelton pode ganhar protagonismo. Com tudo o que isso significa de ameaça à independência da Fed. É mais um risco a pairar sobre a economia mundial, a par das tarifas, de mais protecionismo e das tensões geopolíticas.