Com aviso prévio, o ex-juiz impediu o lançamento de um livro, na companhia de “gorilas” que gritavam “acabou!”, deixando claro que milícias políticas podem impor a sua lei. A GNR estava à espera, mas não o deteve. Tirou a autora da sala, garantindo a eficácia do crime. Como no Reino Unido, a democracia teme os seus inimigos
Do bárbaro esfaqueamento de três crianças em Southport nasceu uma onda de boatos, a que hoje chamamos fake news por se assemelharem cada vez mais a verdades, tal a sofisticação industrial com que são produzidas. O alvo foram os muçulmanos, novos judeus da Europa, que podem ser insultados e coletivamente culpados sem o risco do degredo intelectual para onde justamente lançamos os antissemitas. Por imposição da lei, a identidade do agressor, menor de idade, foi protegida. Isso chegou para que se espalhasse que se tratava de um imigrante indocumentado requerente de asilo que constaria de uma lista de observação de terroristas islâmicos, mentira que atingiu rapidamente dezenas de milhões de reações nas redes. Para a campanha orquestrada de desinformação contribuíram figuras como Tommy Robinson, fundador da English Defence League, Andrew Tate, um influencer extremista, e Nigel Farage.
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