Os aliados de Maduro deviam ter vergonha
Os próximos dias serão decisivos e a posição da UE e dos EUA é fundamental para a democracia na região e em particular em Caracas
Ex-deputado do PSD
Os próximos dias serão decisivos e a posição da UE e dos EUA é fundamental para a democracia na região e em particular em Caracas
Mais uma eleição na Venezuela e mais uma incrível suspeita de fraude com a complacência dos aliados do costume, supostos democratas que correm atrás de qualquer ditador desde que este use uma camiseta do Che, critique o capitalismo e odeie tudo à direita.
O regime da Venezuela empobreceu o povo de um dos países com mais receitas de petróleo no mundo. O problema destas nações não é o petróleo ou os diamantes, o problema são os seus dirigentes, normalmente ditadores que contam com o apoio de forças armadas corruptas e beneficiam da falta de coragem da comunidade internacional.
Primeiro Chavéz e depois Maduro enriqueceram-se a si próprios e aos seus aliados e deram cabo da qualidade de vida do povo. Pelo caminho financiaram partidos radicais e os seus dirigentes pelo mundo fora, como foi exemplo o Podemos em Espanha. Arautos da democracia e do poder popular nunca se incomodaram com as atrocidades cometidas contra o povo da Venezuela e de outros seus aliados.
Anos depois voltamos a assistir a eleições provavelmente viciadas e com os resultados adulterados. Espanta-me claramente a escassa vantagem que Maduro assume, pouco acima dos 50%, o que é revelador.
Não nos podemos esquecer que a fraude eleitoral não está apenas no apuramento dos resultados, a viciação ou adulteração de um escrutínio eleitoral começa muito antes com a falta de liberdade de imprensa, com a intervenção de um sistema de justiça que não é imparcial, com a utilização de meios públicos para “comprar” votos em determinadas classes, com o recurso às ameaças das milícias para intimidar o povo, sem esquecer o mais comum, as mentiras e fake news que são divulgadas pelo regime e pela máquina de propaganda de Maduro.
Em Caracas vive uma importante comunidade de luso descendentes cuja segurança e prosperidade nos deve preocupar. Mas é cada vez mais revoltante ver que a comunidade internacional é cada vez mais incapaz de libertar aquele povo que é claramente manipulado, oprimido e discriminado pelo regime.
Espera-se que os líderes dos países da América Latina, e em particular Lula da Silva, tenham coragem de estar ao lado dos valores democráticos e da população Venezuelana em vez de voltar a encobrir os atropelos à democracia do regime chavista. Os próximos dias serão decisivos e a posição da UE e dos EUA é fundamental para a democracia na região e em particular em Caracas.
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: clubeexpresso@expresso.impresa.pt