E, se nós portugueses vamos devolver peças retiradas de África, então isso quer dizer que podemos exigir reparações aos turcos devido à forma como os piratas magrebinos assaltaram a costa portuguesa para pilhar e escravizar milhares de portugueses até ao início do século XIX? Ou vamos exigir que os franceses devolvam o valor (incalculável) das peças roubadas durante as invasões?
A conversa sobre a “reparação histórica” é, na sua essência, uma conversa de pressupostos nacionalistas mascarados de progressismo. É a ideia de que a história é destino, que o coletivo (a raça) é mais forte do que os indivíduos, que, passados dois séculos, têm de se definir como filhos desse trauma antigo, têm de ficar fechados nessa caixa. Era assim que os fascistas pensavam, lembram-se?
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