Exclusivo

Opinião

Mariana Jones e os salteadores do patriarca perdido

Se alguém quiser promover a homossexualidade junto dos jovens, o meio mais eficaz é a literatura infanto-juvenil. Esta miudagem só pensa em ler livros

Quando se soube que o juiz Rui da Fonseca e Castro tinha impedido o lançamento do livro “O Avô Rui, o Senhor do Café”, de Mariana Jones, sobre a vida do empresário Rui Nabeiro, respirei de alívio. Trata-se de um livro infantil, e considero nociva a promoção do café junto das crianças. Se, juntamente com a abolição da obra “O Avô Rui, o Senhor do Café”, o ex-juiz tivesse proposto a inclusão, no Plano Nacional de Leitura, do livro “O Avô Leandro Panizzon, o Senhor da Ritalina”, teria votado nele nas próximas eleições. No entanto, mais tarde percebi que o objectivo do antigo magistrado era censurar um livro anterior da mesma autora, chamado “O Pedro Gosta do Afonso”. Habituado a julgar delitos reais, o ex-juiz dedica-se agora a decretar sentenças sobre amores ilícitos inventados. Quando um pré-adolescente imaginário nutre por outro pré-adolescente ficcional um amor de fantasia, o ex-juiz entra em acção para impedir a pouca-vergonha fictícia. Na literatura infanto-juvenil é frequente os protagonistas beijarem batráquios, princesas que parecem estar mortas, e até monstros. Queremos mesmo conspurcar este ambiente com personagens que beijam pessoas do mesmo sexo? Uma coisa é incentivar as crianças a beijarem sapos, que até cumprem a importante função social de repelir ciganos; outra coisa é sugerir-lhes porcarias repugnantes.

Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para continuar a ler

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: clubeexpresso@expresso.impresa.pt

Comentários
Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate