Em 1998, uma cantora trans israelita – Donna – venceu a Eurovisão num momento decisivo para a visibilidade trans. Em 1998! É por isso que Tel Aviv é uma das grandes cidades do orgulho trans, tal como é do orgulho gay. Além disso, Israel é de longe o país mais multirracional na origem dos seus cantores. Quantos países europeus já enviaram cantores de origem negra e árabe ao Eurofestival?
Israel está há muito na vanguarda dos direitos de homossexuais e trans. Quando esta geração wokinha ainda andava de cueiros, já os artistas israelitas estavam na vanguarda da mensagem progressista LGBT – o que aumenta o ódio antissemita dos árabes e persas à volta. Israel não é odiado pelos árabes apenas por ser a pátria dos judeus; é odiado porque é um espaço de liberdade de mulheres, gays e trans no meio do obscurantismo muçulmano.
Qual foi o principal alvo do ataque de 7 de Outubro? Um festival de música repleto de casais homossexuais. É triste e patético que a esquerda europeia – e americana – esqueça isto tudo e que ande a transformar Israel numa espécie de Rússia pequenina. Viva o relativismo. Viva a cobardia. Viva a incoerência.
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