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Opinião

Choquinho fiscal com arroz malandrinho

Dada a irrelevância do retoque ao corte fiscal aprovado pelo PS, o que a AD nos explica é que, apesar do tal conflito de visões com o PS, passou uma campanha a anunciar um corte fiscal no IRS que já estava em vigor e a defender o “choque fiscal” que o PS já tinha feito. O objetivo da chico-espertice era esconder que a reforma fiscal se resumia a baixar o IRC para as maiores empresas

Quem vá ouvir as intervenções de Luís Montenegro com atenção percebe como o embuste do “choque fiscal” para as classes médias não resultou de um erro de comunicação. Há, nas formulações que foi usando na campanha e no debate sobre o programa de governo, uma vontade deliberada de iludir. De não mentir expressamente (apesar de várias vezes se ter aproximado disso), mas deixando no ar a grande descida do IRS. Não é um assunto menor. O fim da “resignação com a carga fiscal máxima e recusa [do PS] em baixar impostos” foi o ponto central da campanha da AD.

Foi o mesmo António Leitão Amaro que agora se choca com a incompreensão dos jornalistas (e a estupidez dos eleitores) que falou, na campanha, da “maior redução da carga fiscal em tempo de crescimento económico de que há memória”. Ora, a maior redução só poderia ser os 1500 milhões de euros, não os 200 milhões. Ou então, esqueceu-se de avisar que a sua histórica redução de carga fiscal era, na realidade, apenas para as empresas. Só que também disse que havia “uma prioridade clara na redução dos impostos sobre o rendimento do trabalho”. E que isto representava “um conflito de visões” entre o PS e o PSD.

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