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Opinião

Três blocos instáveis

Sempre que Ventura sentir que Pedro Nuno Santos vai fazer oposição saltará para fora do barco para tentar atirar o PS para a maioria da estabilidade. Se o PS ceder sempre à acusação de coligação negativa com o Chega nunca conseguirá fazer oposição em temas relevantes, a começar pelo OE. E entrega a liderança da oposição ao Chega, que aguenta melhor a pressão

Recapitulemos. O PSD entendeu-se com o Chega, deixando claras as suas preferências. O Chega mostrou incómodo quererem esconder o amante e tirou o tapete ao PSD. Miranda Sarmento acusou o PS de se aliar ao Chega, apesar da aliança que correu mal ter sido entre PSD e Chega. Oferecendo uma oportunidade única a Pedro Nuno Santos, assim começou o mandato de Montenegro como líder de uma curta maioria parlamentar. E, à hora que escrevo, ainda não conheço o novo Governo. Aguiar-Branco acabaria sempre por ser eleito, mas, apesar da pressão estar sobre o Chega e as trapalhadas do PSD, foi o PS o primeiro a ceder, fazendo um acordo absurdo: uma presidência “cama quente” que junta os dois partidos “do sistema” para a partilha de um lugar, não dando lugar ao PS, porque a legislatura não chegará tão longe. Uma tragédia simbólica e uma fraude prática. Nem sequer impediram a eleição de Pacheco de Amorim. O PS conseguiu um acordo que instituiu o bloco central para uma legislatura inteira sem qualquer ganho para o país ou para si, num momento em que o jogo nem estava do seu lado, livrando a direita da pressão e oferecendo a Ventura imagem que ele precisava.

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