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Opinião

Moscovo: uma pausa na simplificação do mundo

De que lado estava o bem quando o poder invasor soviético tentava vencer fundamentalistas religiosos financiados pelos EUA? E quando Putin arrasou Grozni e reforçou o seu poder interno, usando os terroristas chechenos como desculpa? E quando os EUA invadiram, com base numa mentira, um Iraque governado por um ditador sanguinário, criando o caos que daria origem ao Daesh? E nos bombardeamentos criminosos russos a Alepo, impedindo que a Síria caísse nas mãos do Daesh? E quando Putin aproveitar este atentado terrorista para reforçar o seu poder?

Quando aqueles que são considerados os maiores perigos para o ocidente – islamismo radical e a Rússia – se confrontam, baralha-se a clareza do discurso estritamente moral. E, no entanto, este não é um episódio fortuito. O confronto de Putin com o terrorismo islâmico vem de longe. E o discurso da guerra perpétua contra os inimigos do “nosso modo de vida” – que no caso da Rússia são, por razões fronteiriças e históricas, os muçulmanos – é um pronto-a-vestir que também tem servido a Putin. Assim começou a sua carreira política, aliás. E a forma brutal como tratou deste inimigo comum deu jeito a quase todos.

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