Da insegurança de Passos com a imigração à vontade de Núncio recuar na IVG, passando por um programa fiscal irresponsável, nada permite falar de moderação na AD. O que facilita a vida a Montenegro, além da tinta verde de uns imbecis, é o plano inclinado televisivo que vai tentando passar o sentimento de recentramento de quem há muito tempo se desviou do centro
A chegada de Passos Coelho à campanha da AD animou as hostes da direita. Não sonhando com uma maioria com a IL, tem de reconquistar eleitorado perdido para o Chega para ficar em primeiro. Mas foi um risco ilustrar com um rosto a colagem de Montenegro ao período da troika que o PS andava a tentar há semanas. Nenhum contexto histórico afasta Passos do “para lá da troika”, dos apelos à emigração, do braço de ferro com o Tribunal Constitucional para ir mais longe do que o memorando, da afirmação, em 2014, de que não era possível voltar aos níveis de remuneração de antes da crise, repetida, mais tarde, contra a ‘geringonça’. Passos acreditava na austeridade. A interação de Montenegro com idosos, depois do efeito Passos, foi a que esperava quem vive fora da bolha. Passou os dias seguintes a jurar que não tocaria nas pensões. Se todos aceitam que a AD tem um problema com os mais velhos por causa do período de Passos, como pode Passos ser um ativo para a AD?
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