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Opinião

Quando falta o patriotismo político, sobra o “patrioteirismo” estético

Há conservadores que confundem Nação com governo. Não está em causa a bandeira nacional, mas a simplificação da imagem do Governo. Mas quem privatiza setores económicos estratégicos em regime de monopólio, nunca garantindo os interesses nacionais, precisa deste apego estéril a símbolos para esconder a ausência de patriotismo político e económico

Já quase todo o combate contra a discriminação tem direito ao carimbo demasiado popularizado de "woke" (incluindo por quem não faz ideia do que fala). É verdade que alguma esquerda vive demasiado obcecada com o simbólico. Mas não há comunidade, cultura e política sem símbolos e o poder e história que eles transportam. A direita sabe-o e nunca desprezou esse debate quando os valores que prezam estão em causa. Depois há, como em tudo, o ridículo. Umas vezes por estupidez, outras por oportunismo.

Mostrando a artificialidade com que alguns temas aterram no espaço público, a última indignação conservadora foi com o suposto desrespeito pela bandeira nacional. Em causa está a simplificação gráfica dos elementos presentes na bandeira, para permitir estilização, animação e uso nas redes sociais. Uma alteração feita em junho, largamente utilizada durante as Jornadas Mundiais da Juventude, e que só se torna tema depois das eleições legislativas serem marcadas, com a ajuda de Paulo Portas no espaço de propaganda que mantem a solo na TVI (semelhante ao que a SIC dá a um putativo candidato presidencial, também ex-líder de um partido de direita).

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