Espero que os partidos cívicos e moderados debatam a imigração na próxima campanha eleitoral. Não para incendiar ou empolar generalizações abusivas, mas com o objetivo de encontrar soluções e pontos de equilíbrio. Tal seria a melhor forma de resgatar o tema ao populismo, contribuir para a integração dos imigrantes, que merecem ser bem acolhidos, e prevenir tensões sociais, como as que existem noutras paragens
Todos sabemos que a imigração é um dos temas de eleição do populismo. Estes manipulam o assunto seguindo a sua fórmula habitual: generalizações abusivas (“todos os imigrantes estão a tirar o lugar aos nacionais e são potenciais bandidos”) e discursos empolgados, de conteúdo alarmista e incendiário. Pelo contrário, quem está no espaço público de forma cívica, costuma fugir do tema como o diabo da cruz, quase sempre por temor a ser rotulado de xenófobo e extremista. O temor compreende-se. Os “politicamente corretos”, sempre eficazes, são rápidos a apontar o dedo acusatório aos que se atrevem a tocar no assunto de forma exigente. O debate sobre a imigração não pode, pois, continuar um exclusivo da demagogia populista do Chega e afins, que querem portas trancadas, nem da demagogia robespierriana do Bloco de Esquerda e afins, que querem portas escancaradas.
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