Nos Açores, o oportunismo populista do Chega, o purismo doutrinário da IL e o calculismo político do PSD conseguiram, num cenário mais simples do que o nacional, três anos de instabilidade de um mandato que nem chega ao fim. Não deixa de ser, neste tempo, um elemento interessante para o país
Depois de anos a criticar a esquerda, o PSD ficou em segundo nos Açores e fez a sua geringonça insular. Depois de anos a garantir que o Chega não estava no espaço de entendimentos à direita, renegou as juras, fazendo um acordo escrito com a extrema-direita e com a IL. Um acordo com apoio expresso ou tácito de Rui Rio e de Luís Montenegro. Um acordo que, nas últimas eleições, retirou credibilidade às promessas de que nada disto aconteceria no País.
O que se passou nos Açores é premonitório, até pela baixa autonomia dos novos partidos à direita. É o próprio Luís Montenegro a assumir a governação nos Açores como exemplo, dizendo que, mesmo coim vários partidos, funcionou melhor do que a maioria absoluta do PS na República e assumindo que os entendimentos com o Chega não foram um problema.
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