Com ou sem Orçamento, a política orçamental não mudará no curto prazo. No futuro logo se verá. É o que os mercados e os ratings estão a tentar perceber
À hora que escrevo estas linhas, na tarde de quarta-feira, desconhece-se ainda a decisão do Presidente da República sobre a demissão de António Costa. Quando este texto lhe chegar às mãos, caro leitor, já saberá o que aconteceu: se Marcelo Rebelo de Sousa convidou o PS a formar novo Governo a partir da maioria parlamentar (o cenário menos provável) ou avançou para a dissolução do Parlamento (o cenário mais provável). E se, optando pela segunda, terá permitido a aprovação do Orçamento do Estado. Tudo dúvidas que muito debate alimentou por estes dias. É natural que assim seja: sempre sucede em momentos de grande incerteza. No entanto, ao contrário de outras crises políticas passadas, esta vive-se em tempos de elevada certeza orçamental. Em que até a inércia ajuda.
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