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Opinião

O rigor nas palavras e o combate ao antissemitismo, desde 7 de outubro

Ao uso do contexto e de adversativas para justificar cada um dos dois lados da guerra entre Israel e o Hamas está ligado o exercício de comparar e de definir termos, num momento em que se assiste à ascensão do antissemitismo

“Quando ouvirem falar mal dos judeus, agucem os vossos ouvidos, está-se a falar de vós”
Frantz Fanon, “Pele Negra, Máscaras Brancas” (1952)

Começo por apelar à leitura de uma reportagem publicada no Expresso, em 2 de novembro, de Clara Ferreira Alves, que teve acesso às imagens captadas pelas câmaras corporais dos perpetradores da chacina orgíaca no sul de Israel, intitulado "Mata! Mata! Mata!". O dia 7 de outubro de 2023 ficará marcado como mais uma data charneira, de clivagem ética, tal como o foi a Shoá, embora esteja mesmo assim em curso uma campanha de negacionismo dessas atrocidades, como ainda acontece com o negacionismo da Shoá.

O que é também inegável é, a partir dos dias subsequentes, a forma como a retaliação violenta, aliás deseja pelo Hamas, deixa os habitantes de Gaza numa situação insustentável, cercados, sem água, energia, sem poderem fugir, sem tratamento médico, sob as bombas do Exército israelita. O argumento é de destruição do Hamas, sabendo que este utiliza os palestinianos como escudos humanos, que não justifica o horror das milhares de mortos e feridos palestinianos, entre os quais crianças, cada uma com o seu nome e individualidade própria.

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