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Opinião

Democracia, descrença e desilusão

Democracia, descrença e desilusão
Democracia, descrença e desilusão

Henrique Monteiro

Ex-Diretor; Colaborador

Chegámos a um ponto em que temos de colocar em causa algo tão básico que parece inadmissível: a democracia ainda é a forma de organização do Estado que as pessoas preferem? A liberdade continua a ser o sistema preferido pelos cidadãos? E se não for, o que será?

Escusamos de recordar a velha frase de Churchill sobre o pior de todos os regimes, excetuando todos os outros. Parece-me inteiramente verdade que qualquer outro regime é pior do que o da liberdade e da democracia. Mas se a liberdade e a democracia deixarem de ser atrativos para a maioria das pes­soas, que poderemos fazer? Teremos, porventura, colocado demasiadas expectativas neste sistema? Talvez… quisemos “aprofundar” a democracia em tudo e mais alguma coisa — no emprego, no trabalho, na família, na natureza. Progressivamente, passaram-se atestados de democratas a quem defendia a maioria, mas também a quem lutava pela minoria; os defensores da liberdade tanto são os que pugnam por causas meramente pessoais, ou mesmo íntimas, a que o Estado devia ser alheio, como os que defendem que cada qual seja por si, sem que tenhamos rigorosamente nada a ver com a vida dos outros.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: hmonteiroexpresso@gmail.com

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