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Opinião

A guerra das palavras e as palavras da guerra

João Galamba conseguiu vangloriar--se porque a simples electrificação da linha férrea do Algarve, em 2023, vai demorar mais tempo do que toda a sua construção, iniciada em 1903

Eu vivo no concelho de Olhão e, a menos que tenha andado notavelmente distraído, ainda não dei pelo início sequer das obras da varian­te à EN 125 que João Galamba garantiu estar terminada para o ano — o que é natural, visto que a portaria a abrir o respectivo concurso, há anos anunciado, só foi assinada no final de Outubro. Também apenas dei pela electrificação em curso de um pequeno troço da linha férrea do Algarve, que já vai com três anos de atraso e que, segundo o ministro, também estará finalmente concluída para o ano. Esta obra é, aliás, um caso notável que deveria fazer corar de vergonha qualquer responsável pela pasta dos Transportes desde que a obra se iniciou: é que a sua simples electrificação no século XXI vai demorar mais tempo do que toda a sua construção — a qual, iniciada em 1903, levou menos de três anos a chegar de Portimão a Vila Real de Santo António. E, uma vez electrificada, a linha não acrescentará um só quilómetro a mais na estonteante velocidade média do trajecto, que anda à roda dos 45 km/h — o que faz um comboio percorrer a distância de 111 quilómetros entre Vila Real de Santo António e Lagos, num trajecto completamente plano e recto, limpo de obstáculos, no tempo “canhão” de 3h15. Em 2023!

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