Os que apoiam o lado israelita e os que defendem o lado palestiniano são apologistas da solução dos dois estados: o estado de apoplexia e o de amnésia
É uma pergunta que costumo fazer, pois é um excelente início de conversa. Infelizmente, as pessoas costumam reagir com uma surpresa incapacitante. Em geral, começam por fazer um longo silêncio e depois acabam por concluir que a pergunta não tem resposta possível. Quando eu discordo, resolvem confrontar-me com ela: “Então qual é o teu assassino preferido?” E eu respondo muito depressa e sem vergonha: Caravaggio. Gosto muito da expressividade cromática no quadro em que Judite corta a cabeça a Holofernes, acho admirável o tratamento da luz no quadro em que Salomé tem a cabeça de São João Baptista numa bandeja (o meu assassino preferido gostava muito de decapitações), e sempre me impressionou a crueza com que o apóstolo enfia o dedo na ferida aberta de Jesus, em “A Incredulidade de São Tomé”.
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