As pessoas que têm passado a vida a ver “racistas” e “fascistas” em todas as esquinas são as mesmas que nos últimos 15 dias fizeram duas coisas: alinharam-se com os verdadeiros fascistas (Hamas) e têm sido abertamente racistas (antissemitismo)
O racismo contra judeus é mais perigoso do que o racismo contra negros, porque as pessoas que são racistas contra judeus acham que esse preconceito é uma virtude. Sobretudo nos meios intelectuais e jornalísticos, há demasiada gente que parte do pressuposto de que o seu ódio visceral contra os judeus é de facto um punho erguido de retidão. Ou seja, as pessoas que têm passado a vida a ver “racistas” e “fascistas” em todas as esquinas são as mesmas que nos últimos 15 dias fizeram duas coisas: alinharam-se com os verdadeiros fascistas (Hamas) e têm sido abertamente racistas (antissemitismo). Estas pessoas não vão fazer mea culpa, porque pensam que estão ungidas pelo óleo sagrado dos justos. Estes seres perfeitos, que passaram os últimos anos a cancelar pessoas por causa de piadas e opiniões, não conseguem agora condenar sem hesitação a barbárie do 7 de outubro. Portanto, estes seres élficos de penas e orelhas pontiagudas pensam através do seguinte mecanismo: os que estão do meu lado podem matar, porque eu vou conseguir desculpabilizar; os do outro lado nem sequer podem falar, porque as palavras dos outros são armas.
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