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Opinião

Como pegar fogo ao mundo

Como pegar fogo ao mundo

Clara Ferreira Alves

Escritora e Jornalista

Os EUA não podiam ter elegido um presumível traidor da pátria. Um sem pátria. A pátria de Trump é o dinheiro

Ela, de novo. Sentada numa poltrona em casa, aprumada, articulada, expondo com clareza e engenho político as opiniões e medidas políticas e diplomáticas que uma situação nacional e internacional tão explosiva exigiria. E dizendo sem tibiezas o que pensava do conflito na Ucrânia e do ataque terrorista em Israel, com as consequências. Muitas coisas correram mal no período em que foi secretária de Estado, sobretudo o ataque em Bengasi na sequência do bombardeamento da Líbia por americanos e europeus e da remoção de Muammar Kadhafi. Ataque armado com fogo posto na embaixada. O embaixador americano foi assassinado. A barbaridade do ataque, o embaixador morreu sufocado pelo fumo, ficou muito aquém do ataque terrorista do Hamas. O embaixador acabara de tomar posse e era um dos mais experientes diplomatas americanos na região e um defensor de uma Líbia renascida, livre e democrática. A divisão provocada pelas milícias em confronto no terreno deveria ter servido de aviso, mas a política externa americana acredita que pode refazer os mapas do colonialismo e de duas guerras mundiais, reparar as injustiças, anular as querelas e matanças religiosas, tribais e étnicas e exportar o modelo liberal e o direito à felicidade dos povos que os Pais Fundadores inscreveram no ethos americano e lavraram na Declaração de Independência. A frase era de Locke e foi pedida emprestada por Thomas Jefferson. Sem a frase, “the pursuit of happiness”, não podemos compreender a doutrina da excecionalidade americana.

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