A população palestiniana é, simultaneamente, refém do Hamas, de Israel e do Egito
Na alvorada do passado sábado, cerca de 1500 membros do Hamas atacaram aldeias, vilas, pequenas comunidades e bases militares na região do Sul de Israel a partir de Gaza. Centenas de homens, mulheres e crianças israelitas e estrangeiros foram sumariamente executados numa orgia de violência terrorista, milhares foram feridos e um número considerável de pessoas enviadas para Gaza como reféns.
Para o Hamas, a tradicional “resistência” palestiniana contra Israel é inútil. A luta armada é a única forma de derrotar o Governo e a sociedade israelitas. Do seu ponto de vista, tal só é possível através do exercício de grande violência contra a população de Israel. A punição desta população e a exibição pública da impotência do Executivo liderado por Benjamin Netanyahu foram uma forma de mostrar o poder do Hamas, que conseguiu assim concretizar o sonho de muitos palestinianos e árabes desde 1948. Esta foi também uma tentativa de o Hamas reclamar a liderança da causa palestiniana a Mahmud Abbas, o impopular Presidente da Autoridade Palestiniana, e tentar passar a ser um ator diplomático indispensável no Médio Oriente.
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