Exclusivo

Opinião

A Ucrânia e a propaganda cega

A propaganda: a Rússia está isolada e a Ucrânia pode vencer a guerra de forma inequívoca e aderir rapidamente à UE. Os factos: a Índia importa petróleo russo e vende à Europa, a contraofensiva conquistou o correspondente ao concelho de Sintra e a Polónia deu-nos um banho de cinismo. O realismo não obriga a recuar no apoio à Ucrânia. Obriga a escolhas razoáveis para objetivos plausíveis

Quando se diz que a verdade é a primeira baixa da guerra não é apenas porque ela nos seja escondida pelos poderes políticos e militares, o que obviamente acontece. É porque as pessoas não querem saber a verdade. É a propaganda que lhes dá ânimo para seguir em frente, seja o campo de batalha, seja nos sacrifícios, bem menores do que aos ucranianos, que a guerra da Ucrânia exige a todos os europeus.

Desde o primeiro dia desta guerra tive três posições firmes, que aparentemente me colocam em cima de um muro onde não estou: a defesa do apoio militar e político à Ucrânia, única forma de vir a conseguir uma solução negociada que não seja a rendição e impedir que os sonhos imperiais de Putin subam um derradeiro degrau; a oposição a compromissos que tornem a paz na Europa inviável (a adesão da Ucrânia à NATO) e destruam de uma vez por toda os já tão frágeis equilíbrios políticos da União Europeia com a leviana proposta de numa adesão expedita da Ucrânia; e a recusa de um jornalismo fardado que aceite ser mero instrumento de mobilização política no apoio à guerra, que em Portugal atingiu contornos infantis.

Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para continuar a ler

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: danieloliveira.lx@gmail.com

Comentários
Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate