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Opinião

Sexo livre é para todos

A PrEP baseia-se num comprimido que gera uma proteção até 99% contra o VIH. Maravilha. Os heteros estão incluídos?

Imagino que se há uns 30 anos me tivessem contado que tinham inventado um comprimido que impedia em 99% o contágio do VIH, num primeiro momento eu teria soçobrado e chorado compulsivamente, e num segundo momento teria emborcado uma mão-cheia deles, corrido a noite lisboeta a tentar pinar tudo o que aparecesse à frente (e deixasse, e deixasse...). Lembro tão bem esses anos de terror em que sexo estava colado a uma potencial sentença de morte. E aqui estamos, em 2023. Há anos que esse comprimido existe, e embora esta seja minha segunda crónica sobre o assunto (a primeira foi em 2020), só a comunidade gay faz uso dele para — adivinharam — pinar livremente. Viva! Os jovens em todas as sociedades ocidentais têm cada vez menos interesse por sexo (Portugal não foge à regra), sendo que estão focados nas identidades sexuais e em ficarem ofendidos e buscarem no discurso o seu ativismo. Mas o facto de se assumirem assim ou assado não equivale a dizer que, no fim do dia, exerçam a sua assunção. Voltemos a este pequeno detalhe: há vários anos que existe uma medicação profilática que evita o contágio do VIH. Chama-se PrEP (Profilaxia Pré-Exposição ao VIH). E tem sido fundamental para a diminuição do número de seropositivos na comunidade gay e trans, que assim se pode proteger. Há aqui alguns “mas” que me levantam outros “mas”.

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