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Opinião

O Harlem devia ser em Rabo de Peixe

As personagens parecem retiradas do Príncipe Real. E, no entanto, a história é incompreensível sem dar a sentir a miséria de Rabo de Peixe. Um ligeiro sotaque açoriano tornaria demasiado diferente do que se faz lá fora. O mundo fornece histórias à Netflix e elas são transformadas em produtos comestíveis estandardizados. Nada contra o McDonald’s. Mas boa comida é outra coisa

Este texto não é uma crítica de televisão ou de cinema. Deixo isso para outros. É sobre a uniformização do mundo que o entretenimento global, que prometia o oposto, nos vai oferecendo.

A história de meia tonelada de cocaína com um grau de pureza de 80% que deu à costa em Rabo de Peixe, nos Açores, está há anos a pedir para ser ficcionada. Quem o fez tem esse mérito: o de saber que a realidade supera quase sempre a ficção e que há mundo para lá do bairro onde vivem os criadores. O resto só é interessante pelo que diz sobre a indústria do entretenimento.

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