Macron está perante um dilema. Ou avança com uma reforma que considera racional e imprescindível – o que acredito que seja – ou cede e opta pela paz social, se bem que seguramente a prazo. No atual contexto europeu – e os acontecimentos em França tiveram sempre repercussões noutros países – precisamos mais do que nunca de paz social. Mas também precisamos de políticas racionais e Estados eficientes. Como sempre, no equilíbrio está a virtude
Comecemos pela História. França é um país de tradição revolucionária. Esta é muito anterior à sua revolução de maior impacto além fronteiras, a que começou em 1789. No fim da idade média (1358) e num contexto de crise provocada pela Guerra dos Cem Anos, peste negra e maus anos agrícolas, os camponeses revoltaram-se contra a sua situação de fome e miséria. Foi a jacquerie, dominada a custo pelo exército do Rei. Séculos mais tarde, as diferentes frondas (1648-1653) puseram Paris a ferro e fogo e obrigaram o então jovem rei Luís XIV a fugir da cidade e a esconder-se por longos meses. Dominadas a custo, motivaram Luís XIV a impor que tudo girasse à sua volta.
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