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Opinião

Arrendamento coercivo: como usar a propaganda da direita para avançar, recuando

A direita concentrou o ataque numa medida pouco relevante para mobilizar contra uma reforma que não deseja – estão a querer entrar nas nossas casas. Perante a demagogia, o Governo deveria avançar, recuando, com uma medida mais banal, eficaz e fácil de aplicar: aumentar a sério os impostos sobre casas devolutas, com critérios de localização, que tornem pouco atrativo o negócio de manter casas vazias a ver se valorizem. Dinheiro que reverteria para a construção de habitação pública. Existe em França. O direito à propriedade não é beliscado, as políticas de habitação ganham dinheiro, tem o mesmo efeito e a propaganda torna-se mais difícil

A direita dedicou semanas a um ataque sem quartel a uma medida pouco relevante num pacote da habitação que tem muito para debater, criticando ou elogiando. Achou que explorando o amor à propriedade dos portugueses, como se a sua casa, seja a de primeira habitação, de férias, da terra ou dos emigrantes estivesse sequer em debate, os mobilizaria contra uma reforma que não deseja. De tal forma servem grandes interesses que ignoraram a medida com mais impacto para os senhorios – e inquilinos –, que são os limites de aumentos de rendas para novos contratos. Também não querem, mas a oposição à medida era mais difícil de transformar em fantasmas e caricaturas.

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