20 janeiro 2023 0:28
O Governo limita-se a gerir, a comunicar e a controlar danos, não lançando nem executando reformas de fundo. Os partidos da oposição não arriscam a apresentação de alternativas e limitam-se a um registo de combate. Uns e outros limitam-se a aguardar pelas próximas eleições
20 janeiro 2023 0:28
Encaremos as evidências: o nosso modelo de desenvolvimento não é viável nem é sustentável. Por falta de ambição na resposta internacional a desafios globais — como as alterações climáticas, a extinção de biodiversidade, a pobreza e as desigualdades, a autocratização, os conflitos e as migrações forçadas —, vive-se a crédito do planeta. Mas também estamos a viver a crédito dos nossos filhos quando em Portugal não ousamos resolver os problemas estruturais que, de tão antigos, já se tornaram crónicos: o crescimento económico medíocre; a dívida pública muito elevada; o envelhecimento da população; a insustentabilidade do sistema de pensões; as intoleráveis desigualdades sociais e territoriais; a precariedade laboral; a elevada carga fiscal; o nível baixo de investimento público; a falta de confiança na justiça, na democracia e nos partidos políticos; a elevada dependência alimentar e energética do exterior; o nível baixo de produtividade; a dificuldade no acesso a habitação condigna. Este modelo traduz-se numa gigantesca hipoteca, cujo pagamento é endossado às novas gerações.