O movimento evangélico é um problema das sociedades dos EUA e do Brasil, da mesma forma que os islamitas radicais são problemas no Médio Oriente. Os evangélicos não são o “mal”, mas revelam um tremendo mal-estar com a democracia e com a liberdade dos outros que não são evangélicos, e só sabem pensar através da ideia e da prática da guerra civil, que é aqui uma guerra religiosa
Insisto no tema, porque me parece que a sua relevância não tem o destaque merecido. No Ocidente, intelectuais e jornalistas deixaram de conseguir pensar através da lente religiosa, que é considerada retrógrada. Sentiram esse problema após o 11 de Setembro. Hoje, passados mais de vinte anos após o ataque às torres, a cultura ocidental já conhece um pouco os cismas e guerras civis dentro do Islão. Mas esta cultura das capitais ocidentais continua a pensar que a religiosidade é só uma questão islâmica. Não é. Também precisamos da lente religiosa para compreender um fenómeno ocidental, ou melhor, americano: o populismo de Trump e Bolsonaro.
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: clubeexpresso@expresso.impresa.pt
Comentários
Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate