O Governo pondera acabar com os “vistos gold” quando o seu peso já é residual. Mas, para atrair nómadas digitais, mantém um país com dois sistemas fiscais. Num, imigrantes qualificados e bem pagos a trabalhar para grandes multinacionais estão isentos ou pagam no máximo 20% de imposto. Noutro, os restantes trabalhadores, portugueses ou imigrantes, pagam mais para o mesmo rendimento. E competem pelas mesmas casas. O modelo falhado é sempre o mesmo: procurar capital externo para valorizar património e alimentar a especulação desprezando a produção e a procura interna
O Governo anunciou recentemente, pela voz do primeiro-ministro, que está a ponderar acabar com os “vistos gold”. Não é a influência deste regime de exceção na escalada galopante dos preços da habitação que motiva o PS. Até porque ainda há poucos meses chumbou as propostas do BE e do PCP para revogar os “vistos gold”. Como mostrou o jornal Público, esta semana, a emissão de vistos tem diminuído e o seu peso no mercado imobiliário já é residual: 1,5% do volume de negócios, bem longe dos 10% de 2014 e menos de metade da média desde que foram criados, em 2012.
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: danieloliveira.lx@gmail.com
Assine e junte-se ao novo fórum de comentários
Conheça a opinião de outros assinantes do Expresso e as respostas dos nossos jornalistas. Exclusivo para assinantes