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Opinião

Um amigo certo

O que acontece quando só sabemos diabolizar os hábitos do povo? Somos abalroados pelo populismo, esse tijolo que os populares esquecidos atiram à janela dos snobes

Porque é que a minha filha, citadina privilegiada e já mergulhada na cultura hipster do seu tempo, fica triste quando lê uma notícia já antiga sobre a possibilidade de Fernando Mendes sair do “Preço Certo”, o programa que simboliza a humildade dos mais pobres e esquecidos da periferia suburbana e rural? Porque ela, quando está na aldeia e na quinta, vê sempre o “Preço Certo” com os meus pais. É um ritual de amor e de humildade, larga a manga japonesa ou o Instagram e aproxima-se do mundo antigo, rural e esquecido dos avós, um mundo onde as pessoas gostam de tourada e caça, dois hábitos que lhe causam repugnância. O curioso é que eu fazia o mesmo há 20 anos. Lembro-me de a minha avó celebrar a entrada do Fernando Mendes no programa.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: clubeexpresso@expresso.impresa.pt

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