4 novembro 2022 0:01
A morte na cultura contemporânea chega sempre de supetão, porque nos encontramos desprovidos de ferramentas interiores capazes de dialogar com ela
4 novembro 2022 0:01
Aprender a viver é aprender a morrer. Porém, como recorda o filósofo Paul Ricoeur, a da morte é uma aprendizagem que fazemos hoje em contraciclo, como um pensamento por muito tempo adiado, uma consciencialização desamparada e tardia. A morte, precisamente por estar próxima de nós, por ser congenial à vida, não a vemos facilmente. Dir-se-ia encoberta e dissimulada a nossa morte, sobreposta à costura do ser de um modo tão inconsútil que passa despercebida. Sempre presente, sempre à espreita e, ao mesmo tempo, entrevista como uma realidade distante, equívoca, quase irreal. Como se fosse uma visita certa que avança para nós, mas fora do nosso alcance de perceção. É pouco a pouco que a morte se desvela e também, por isso, constitui para nós mortais uma completa surpresa.
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