7 outubro 2022 0:01
Como passou de uma app manhosa de sexo para o “maior fenómeno de acasalamento desde o sedentarismo humano”
7 outubro 2022 0:01
O Tinder, a outrora denominada “aplicação de engate”, fez 10 anos de existência. E pelo que pude constatar em dezenas de artigos celebratórios na imprensa internacional, o Tinder estabeleceu-se como ‘o’ agregador das relações no mundo contemporâneo. Ganhou respeitabilidade, a sua importância é mais do que reconhecida, mesmo com todos os defeitos e perigos e canalhices e mentiras que lhes estão associadas. A última vez que escrevi um texto para o Expresso acerca do Tinder, de um lote desde o seu surgimento, foi há uns cinco anos: uma possibilidade paga permitia falsamente saltar para qualquer lugar do mundo e conhecer pessoas como se estivesse lá. Marquei encontros de Sydney a Miami do meu sofá. Aborreci-me com o assunto. Desde então, a app foi estudada e dissecada. “O Tinder foi tão determinante na transformação da cultura contemporânea como a pílula o foi para a revolução sexual dos anos 60”, diz uma sexóloga inglesa. Leram? Agora, um investigador do Kinsey Institute, Justin Garcia: “O Tinder é uma das duas grandes mudanças no acasalamento nos últimos quatro milhões de anos.” Estão a ver? “A primeira ocorreu há 10/15 mil anos quando a agricultura nos fez sedentários e o casamento se estabeleceu como contrato cultural, e a outra com as apps como o Tinder, com geolocalização, que transformou a busca por um parceiro num processo similar a pedir comida ou um voo barato.”
Este é um artigo do semanário Expresso. Clique AQUI para continuar a ler.