Mobilizar 300 mil reservistas para uma “operação militar especial” é o sinal que vimos noutras guerras que deviam acabar cedo e se eternizam, corroendo os regimes. A linha dura impôs a sua vontade porque a contraofensiva ucraniana está a correr bem. Mas a Ucrânia precisa de apoios porque também somos nós que estamos em causa. A questão é saber que “nós” é este. Se os sacrifícios não forem partilhados, a Ucrânia ficará mais só e Putin terá mais condições para vencer
Vladimir Putin confessou a sua derrota provisória. O endurecer das leis contra a deserção e a mobilização de 300 mil reservistas para uma suposta “operação militar especial” é aquele sinal que já vimos noutro tipo de guerras que deviam acabar cedo e se eternizam, corroendo os regimes que as promovem por dentro. Até nós tivemos essa experiência. É interessante ouvir o ministro da Defesa a garantir que a Rússia perdeu quase seis mil soldados, mas que a Ucrânia tem metade das forças fora de combate enquanto mobiliza 300 mil desgraçados. A guerra não entrou no léxico e continuarão a ser presos os que usem a palavra proibida. Ou a cair de janelas. Mas até na lei, o que se parece com um pato, nada como um pato e grasna como um pato é muito provavelmente um pato.
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