Opinião

A rainha morta

Clara Ferreira Alves

Clara Ferreira Alves

Escritora e Jornalista

16 setembro 2022 0:04

Fomos todos crentes e devotos dos três pilares do mundo britânico: a supremacia da língua inglesa, o mumificado sistema de classes, a nostalgia imperial

16 setembro 2022 0:04

Na Europa, ouvem-se ao longe os passos do inverno, como no poema de Octavio Paz. É o som opaco do sofrimento. Na Ásia, um país está dois terços submerso, milhões de desalojados, centenas de milhares de feridos e mortos. António Guterres chamou a isto, inundações e chuvadas, a maior “carnificina climática” de sempre. Dá uma ideia do que está para vir. No Afeganistão e na Somália, crianças morrem de fome ou são vendidas por um punho de dólares, para angariar comida. Na Ucrânia, apesar das boas notícias do avanço das tropas em território ocupado, o inverno ditará mais mortes, porque se sabemos uma coisa sobre Putin é que o animal ferido entra na metamorfose bestial, de béstia. Putin luta pela sobrevivência dele e da Rússia, e será capaz de tudo, acossado por uma extrema-direita ultranacionalista que aprova a utilização do arsenal nuclear, ou químico, para exterminar os ucranianos. Aconteceu na Síria. A guerra entrou de vez na fase de perigo extremo e haveria que descontar prematuras celebrações de vitória.

Este é um artigo do semanário Expresso. Clique AQUI para continuar a ler.