Ei-lo agora regressado à liça para exigir nada menos do que uma nova liderança para o seu partido (e para o país, pois só a direita merece conduzir Portugal, como nos recorda), cansado de uma “oposição política débil e sem rumo”
Numa das mais curiosas revelações do seu artigo na última edição do Expresso, “Empobrecimento e Silenciamento”, Cavaco Silva partilha connosco uma pérola da sua sabedoria, garantindo que “os filmes policiais têm mostrado como uma pessoa amordaçada consegue emitir gritos de socorro”. É portanto um grito de socorro que nos lança, erguendo-se contra a cumplicidade quem tem “coluna vertebral mais frágil” e protestando contra o silenciamento e subserviência da comunicação social, a que lhe reproduz cada afirmação, ou contra o controlo do aparelho de Estado pelo Governo socialista, admoestando pelo caminho um catálogo de gente que teme pelo emprego, “inclusive de familiares”, e prefere “o encosto ao Governo socialista [o que] é visto como a melhor posição para subirem além do princípio de Peter”. O país está um pavor e o ex-primeiro-ministro e ex-presidente vem salvá-lo das trevas, gritando por debaixo da mordaça.
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