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Opinião

A Ordem do Dia

A 20 de fevereiro de 1933, 25 industriais encontraram-se com Hitler e ofereceram 2 milhões de marcos à campanha nazi. Empresas que hoje são motores da Alemanha e da Europa. Éric Vuillard descreve a reunião, em “Ordem do Dia”. Hitler não foi o chefe de lunáticos que assaltou o poder, contra a vontade da elite. Foi a solução de recurso dessa elite. Têm saído notícias de empresários que financiam o Chega. Ele é um reforço musculado do sistema. Reductio ad Hitlerum? Não. Estou a dizer que, como escreve Vuillard, “não se cai duas vezes no mesmo abismo, mas cai-se sempre da mesma forma”

A 20 de fevereiro de 1933, 25 industriais e banqueiros encontraram-se com Adolf Hitler, que 15 dias depois iria a votos e precisava de dois terços do Parlamento para aprovar a Lei de Concessão de Plenos Poderes, o que acabaria por a ser possível graças ao apoio do Partido do Centro Católico. A reunião, com o objetivo de recolher dinheiro para a campanha, foi na residência oficial do Presidente do Reichstag, Hermann Göring. Éric Vuillard descreve-a, em “Ordem do Dia” (Prémio Goncourt 2017, publicado em Portugal pela D. Quixote), preenchendo os espaços vazios com notas ficcionais.

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