Na semana passada o país assistiu a mais um debate sobre o estado da nação. Agora, graças a Rui Rio, o estado da República só se discute quando o Rei faz anos. A República, essa, agradece. Um doente, vítima de Münchhausen por proxy e com Síndrome de Estocolmo, precisa desta letargia para apascentar as suas “certezas” de dependência e vulnerabilidade.
Já politicamente, do debate, ficámos a saber que o governo continua competente naquilo que, há 6 anos, escolheu ser a sua principal tarefa. Governar? Não, que disparate, não sejam ingénuos: fazer oposição à oposição. De acordo com os principais porta-vozes socialistas, o país só não está melhor porque a oposição é fraca. E, apesar disso, graças à inspirada acção governativa, no pouco tempo que lhe sobra quando não está a fazer oposição à oposição, está melhor que nunca.
Dúvidas existam, na mesma semana, Pedro Marques, com a desfaçatez dos mentirosos, afirmou sem se rir que "A União Europeia teve uma recessão de quase 8% e Portugal não chegou aos 7% de recessão no ano passado. E, portanto, é natural que este ano a recuperação ainda não seja tão acentuada, porque também a queda não foi tão significativa". Até o Polígrafo o desmentiu. Vale pouco: já dizia Churchill, uma mentira dá uma volta inteira ao mundo antes mesmo de a verdade ter oportunidade de se vestir.
Não surpreende, portanto, que a mentira seja o modus operandi do governo socialista. Mentira, chantagem e ilusão. Querem exemplos? Tiago Brandão Rodrigues proibiu o ensino à distância. Quando as críticas subiram de tom, disse que não disse o que disse. Mentiu. A razão da proibição inicial? Outra mentira. Neste caso com efeitos retroactivos. António Costa prometera que todos os alunos estariam preparados para o ensino à distância num eventual novo confinamento (o segundo). Não estiveram. No início da pandemia, o mesmo António Costa disse que nada faltava ao SNS. Mentiu. Nessa mesma semana, há mais de um ano, os médicos da linha da frente andavam a comprar, do seu bolso, fatos de pintor para se protegerem do vírus. Marta Temido, por obsessão ideológica, fez uma guerra sem quartel ao sector privado da saúde, com chantagem à mistura. Enquanto cantava no duche a Internacional Socialista, o país pagava com mortes extra-Covid19. O resto, está à vista: ainda hoje, com metade da população vacinada, a única alteração que o seu departamento governamental conseguiu fazer à matriz de risco, a que já ninguém liga, foi a ilusão de aumentar o eixo dos ys.
Mentira, chantagem e ilusão são as armas destes agressores de Münchhausen por proxy. Infligindo danos à vítima, valorizam-se como cuidadores. Isso enquanto destratam quem se lhes opõe; com mais arrogância se, quem se lhes opõe, opuser pouco. A vítima, essa, à mercê dessas sevícias, mantém-se doente. E um doente depende. Submetido a intimidação, passa a ter simpatia e até amor pelo seu agressor: é a Síndrome de Estocolmo.
Têm dúvidas? Basta ver as sondagens: o PS confirmado como o partido mais votado; a concordância generalizada com as medidas de limitação das liberdades; Marta Temido a melhor ministra.
Perdi-vos nestas metáforas clínicas? O país está dividido entre o medo e o degredo; o medo hiperbolicamente alimentado e o degredo de quem não consegue ganhar a vida nesta alucinação colectiva. O medo de quem, sozinho, anda de máscara dentro dos seus automóveis e o degredo dos empresários de restauração que podem servir refeições de 2ª a 6ª, mas estão impedidos de o fazer ao fim de semana, sem que para isso se tenham de tornar fiscais sanitários.
A tendência dos frágeis é estender a mão a quem tem algo para dar. E, neste país manietado, quem distribui pagamentos, prémios e esmolas é o PS. O problema é que a mão socialista, que tudo controla, está fechada. É um punho cerrado. Não dá, agride.
Foi da economia, da educação e da saúde que vos trouxe alguns pequenos exemplos da grande mentira do Governo. Não foi por acaso. Porque é na economia e no impacto que tem na subsistência, na qualidade de vida e na liberdade; na educação e no impacto que tem na aspiração de vermos os nossos filhos melhor que nós; e na saúde que nos vulnerabiliza a todos, que estão as nossas principais debilidades. E é precisamente aqui que a máquina de propaganda socialista mais se empenha na ilusão e no logro. A nação, essa, está débil. Entre as sevícias de Münchhausen e as dependências de Estocolmo não parece ter melhoras.
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