A crise atual nada tem a ver com o que aconteceu há 10 anos. Mas é preciso ter cuidado para não haver surpresas
Foi há 10 anos e parece que foi ontem. Durante meses fizeram-se apostas sobre até onde conseguiria Portugal resistir. O ministro das Finanças já tinha até ensaiado uma espécie de linha vermelha numa entrevista ao Expresso em outubro de 2010: “Com taxas de juro que se aproximem dos 7% entramos num terreno onde essa alternativa [do resgate] começa a colocar-se.” Mas as taxas subiram, passaram os 7% ainda antes do final do ano e nada aconteceu. A decisão chegou na tarde de 6 de abril de 2011. E de forma pouco ortodoxa para a solenidade e seriedade do momento. Depois de uma emissão de dívida de curto prazo (Bilhetes do Tesouro) em que o Estado pagou 4,89% a seis meses e 5,9% a um ano, Teixeira dos Santos decidiu anunciar através do “Jornal de Negócios” que a hora tinha chegado.
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