As bolsas comportam-se como se não existisse uma pandemia. Há boas razões para isso, mas também há atração pelo abismo
Os mercados financeiros têm uma relação com o tempo e o espaço que escapa ao comum dos mortais. Enquanto a pandemia avança a grande velocidade e a recessão afunda como há muito não se via, nas bolsas vivem-se tempos de euforia. “Exuberância irracional”, como disse o ex-presidente da Reserva Federal dos EUA, Alan Greenspan, noutros tempos de loucura bolsista, é curto para descrever o que se passa hoje. Em particular nos EUA. À hora que escrevo, as ações da GameStop, uma rede de lojas de jogos criada na década de 80, negociava com um ganho de 135% em Nova Iorque. A cotação mais do que duplicou em 24 horas e leva um salto de 1700% este ano, o que custou muitos milhões aos hedge funds que apostaram na sua queda. Apenas algumas praças europeias, como Lisboa, Madrid, Paris ou Milão, estão a cair neste início de 2021.
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