A insatisfação crescente à escala global incentiva os Jovens a desafiarem a forma “tradicional” de fazer Política que tanto tem desacreditado os governos. É-lhes absolutamente imprescindível que conheçam o pleno e dignificante sentido da Política, que não se deixem influenciar ou moldar por referências cativantes, mas absolutamente nefastas, de corrupção, de liderança e de governação que já deram provas de que não respeitam o verdadeiro objetivo da ação política que visa uma sociedade desenvolvida e democrática, capacitada para neutralizar a violência social que tende a crescer.
Recordo um jovem partidário a quem ouvi, em tom convicto, declarar que os imigrantes vinham para tirar os empregos aos portugueses. Afirmações como esta, lamentavelmente pouco divergentes das verbalizadas por certos governos democraticamente eleitos, revelam desconhecimento da realidade, carência de informação de qualidade e veracidade e veiculam uma mensagem de violência que visa manipular, através do medo da perda do emprego, aqueles que estando menos capazes de discernir sobre o tema ou mais socialmente vulneráveis possam vir a comungar desta ideia e propagá-la. A genuína atitude Política controla a violência e é contrária ao Populismo que incita, desperta e manipula os instintos mais primários de sobrevivência.
É na valorização do papel dos jovens para a transformação social que surge a necessidade da promoção do projeto “Jovens na Política – Participar para a Cidadania Global”, que visa sensibilizar a juventude para a importância do voto no âmbito das eleições que se avizinham. Uma das iniciativas que sustentam este projeto da AIDGLOBAL é a Escola da Política. Numa época em que o nosso pensamento tende a ser condicionado e direcionado, impõe-se aprender e ensinar o uso da Palavra no que concerne à Ética, à Justiça e ao Direito. E o programa desta Escola foca-se em três pilares essenciais na Educação de um Jovem Político: Racionalidade, Rejeição da Violência e Partilha.
A força dos nossos Jovens, cidadãos globais que nasceram e cresceram no ciclo da globalização, reside na compreensão de que não se pode perder o controlo da Racionalidade Política que ao Estado pertence e reside, também, na sua capacidade de afastar a tendente atração pelo Populismo, reconduzindo os cidadãos à ordem que a Razão impõe à vida pública e à Política e reside, ainda, na valorização da ideia de que devemos todos, enquanto sociedade, Partilhar, pois há um tempo para criar valor, outro para enriquecer e outro ainda para compartilhar — imperativos para o bem comum!
Compete aos governantes e zeladores sociais contribuírem para a formação da juventude, para que, jamais, se voltem a ouvir afirmações carentes de humanidade.
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