O Observatório de Economia e Gestão de Fraude (OBEGEF) promove neste espaço semanal uma reflexão sobre as temáticas da fraude, da corrupção, da economia não-registada, da ética, da integridade e da transparência, contribuindo deste modo para a formação de uma opinião pública mais esclarecida e mais participativa
1. Qual é a apreciação que os cidadãos fazem sobre os comportamentos aceitáveis e repudiáveis? Até onde vai essa aceitabilidade? Com o que não concordamos e somos de opinião que não justifica qualquer actuação contra tal e com o que repudiamos veemente? Qual a influência que tem a proveniência dessa violação na nossa aceitabilidade ou repúdio? Eis algumas simples questões para que não temos resposta no nosso país, donde se pode concluir que muito pouco sabemos sobre a ética vigente na nossa sociedade, embora saibamos que essa é a referência fundamental para algumas dinâmicas vitais se queremos sociedades mais coesas, mais preparadas para construir o futuro. Esses dados seriam essenciais numa sistemática e adequada politica antifraude em que prevenção seria a via fundamental de construir o futuro.
Não basta considerar as leis, quer porque aquelas são apenas uma das referencias das fraudes, quer porque podem haver leis que desencadeiam reacções contrárias às esperadas, quer porque há muito pouco conhecimento dos labirintos usados pelos cidadãos para contornar as leis, quer ainda porque podem haver algumas que visam essencialmente promover o ignóbil, o repudiado socialmente (e muitos podem ser os casos).
Provavelmente poderíamos concluir que é um elemento essencialmente cultural diferente conforme a região, a profissão, o sexo, os rendimentos, a estrutura do agregado familiar, a proveniência do acto a apreciar. Enfim de muitas outras variáveis que eventualmente nem suspeitamos.
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