Costa estará agarrado ao resultado deste julgamento, por ter colado o seu nome ao de Vieira, no pleno conhecimento das suspeitas que sobre ele recaiam. Vieira não está a correr apenas atrás da reeleição, está a correr à frente da justiça. Costa só tinha de fazer o mesmo raciocínio que fez com Sócrates, tão merecedor da presunção de inocência como Vieira. À política o que é da política, ao futebol o que é do futebol, à justiça o que é da justiça. Costa conseguiu misturar tudo de uma só vez.
Quando, há umas semanas, me chegou aos ouvidos que António Costa e Fernando Medina teriam aceitado participar na Comissão de Honra da candidatura de Luís Filipe Vieira fiquei convicto que, perante a pressão dos seus camaradas de partido e de governo, acabariam por recuar em tamanho disparate. Que compreenderiam os tempos que vivemos. Que saberiam que o risco não valia a estúpida vaidade (e espero que seja apenas isso). A confirmação da aceitação do convite e a reação de Costa à mais do que expectável indignação fez-me perceber, de uma vez por todas, que estão totalmente a leste. Que vivem numa bolha onde não nada veem, nada ouvem ninguém, nada percebem.
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